quinta-feira, 19 de maio de 2011

1. Introdução: A Necessidade das Escrituras.


A necessidade do estudo das Escrituras está implícita nos seguintes textos: 1 Pe 3.15; 2 Tm 2.15; Is 34.16; Sl 119.130.
Estudar é mais que ler; é aplicar a mente a um assunto, de modo sistemático e constante.

a. Devemos estudar a Bíblia porque Ela é o único manual do crente na vida cristã e no trabalho do Senhor.
Ver 2 Tm 2.15; Ef 2.10; 1 Pe 2.9 .


b. Devemos estudar a Bíblia porque Ela alimenta nossas almas.
Crescimento Espiritual. Ela é tão indispensável à alma como o pão ao corpo. Bom apetite pela Bíblia é bom sinal de saúde espiritual. Ver Mt 4.4; Jr 15.16; 1 Pe 2.2 .


c. Devemos estudar a Bíblia porque Ela é o instrumento que o Espírito Santo usa.
Precisamos estar cheios da Palavra de Deus, pois, assim, o Espírito Santo terá o instrumento com o que operar. Ver Sl 1.2; Js 1.8; Ef 6.17 .
Para obtermos respostas às nossas orações. Ver Jo 15.7 .


d. Devemos estudar a Bíblia porque Ela enriquece espiritualmente a vida do cristão.
Ver Sl. 119.71-72; Ef 1.17;1 Cor 2.10 .
Um renomado expositor cristão informa que há 32.000 promessas na Bíblia!
• A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Tudo o que Deus tem e requer do homem, e tudo que o homem precisa saber espiritualmente da parte de Deus quanto a sua redenção, conduta e felicidade eterna, está revelado na bíblia.
O autor da Bíblia é Deus, seu real interprete é o Espírito Santo, e seu tema central é o Senhor Jesus Cristo.
O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo.



2. Noções Básicas


I. A importância das Escrituras.

Devido à queda do homem, este perdeu seu relacionamento com Deus, afastando-se dEle, de conhecê-lO, compreendê-lO e amá-lO.
Deus tem se revelado através de Suas obras, isto é, Sua Criação (Rm 1.20; Sl 19.1-6). Esta é a chamada revelação natural (ou geral) que, entretanto, não pode conduzir, por si só, o homem à salvação.
Assim, desde a chamada de Abraão (Gn 12), Deus vem colocando em prática Seu plano de redenção da humanidade. Sua grande e definitiva revelação veio através de Jesus Cristo (Jo 14.9)
A Bíblia é o registro, inspirado por Deus, desta revelação de Deus. Por isso, é chamada de “Revelação Especial” de Deus. Conhecemos , por meio da Bíblia ( a palavra escrita ), a Jesus Cristo (a Palavra Viva).




 II. A origem da Bíblia e seus nomes.
Ver Jr 36.2


Os livros antigos eram feitos de papiro ou pergaminho.
• O Papiro – Os originais foram escritos sobre papiros, um junco que crescia ao longo das margens do rio Nilo, no Egito. O uso do papiro pelos egípcios remonta ao terceiro milênio antes de Cristo até a metade do quarto século depois de Cristo. Era um material mais barato ( e o mais disponível ) a ser usado. O “papel” era preparado removendo-se a cortiça externa da planta e cortando-se a medula em tiras. O lado do “papel” era alisado. A escrita era feita sobre o lado liso, que era o das tiras horizontais. A folha pronta tinha cerca do tamanho de nosso papel normal (A4). Essas folhas eram colocadas juntas, lado a lado, para formarem um rolo ou volume de qualquer comprimento. Por exemplo, foi estimado que II Tessalonicenses requereria um rolo de apenas 38 centímetros, enquanto o Evangelho de Lucas teria sido de 10 metros, todos os 27 livros fazendo um rolo de mais de 65 metros. A tinta primitiva era feita de fuligem e cola.


• O Pergaminho - No século II a.C., começa a ser mais utilizado o pergaminho. Este material é feito a partir de peles de gado, carneiro, veado e, ocasionalmente, antílope. O uso do pergaminho ( ou Velino )não substituiu o papiro até o quarto século depois de Cristo. É muito mais durável que o papiro.

Os primeiros escritos foram feitos em rolos. Este era a maneira do uso do papiro, bem como das peles. Foi usado até cerca do final do período apostólico. O uso dos rolos não facilitava achar-se as passagens. Era incômodo desenrolar e enrolar todo o manuscrito, a fim de encontrar-se uma dada porção da Palavra de Deus. Durante o primeiro século antes de Cristo, a prática de “encadernação” de folhas de papiro e pele iniciou-se. Um número de folhas dobradas juntas formaria um caderno.
O pergaminho, entretanto, era um material muito caro, e quando determinada obra não possuía mais a atualidade ou utilidade, seu texto era raspado e, sobre este material já usado uma vez, uma nova obra era escrita.
O uso do pergaminho só diminuiu quando o papel, que já era conhecido na China desde o século VIII, começa a ser usado no ocidente no século XIII e suplanta o pergaminho no século XVI, especialmente com o advento da invenção da imprensa por Gutenberg.
O Formato Primitivo da Bíblia


A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolos, sendo cada livro um rolo.
O vocábulo “Bíblia”


O vocábulo “Bíblia” não se acha no texto das Sagradas Escrituras. Então, de onde vem? Vem do grego, a língua original do Novo Testamento. É derivado do nome que os gregos davam à folha de papiro preparada para a escrita – “biblos”. Um rolo de papiro pequeno era chamado de “biblion”, e vários destes era uma “bíblia”. Literalmente, a palavra “bíblia” quer dizer “coleção de livros pequenos”. O nome Bíblia foi aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no século IV da nossa era.


Os nomes mais comuns que a Bíblia dá a si mesma, são: Escrituras (Mt 21.42); Sagradas Escrituras (Rm 1.2); Livro do Senhor (Is 34.16); A Palavra de Deus (Mc 7.13; Hb 4.12); Oráculos de Deus (Rm 3.2)


III. Estruturas da Bíblia e Divisões.

A Bíblia compõe-se de duas partes: Antigo Testamento e Novo Testamento. Ela tem, ao todo, 66 livros; sendo 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Forma escritos num período de 16 séculos e tiveram cerca de 40 autores. Aqui está um dos milagres da Bíblia. Esses escritores pertenciam às mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes diferentes, distantes uns dos outros , em épocas e condições diferentes. Entretanto, seus escritos formam uma harmonia perfeita. Isso prova que UM só os dirigia no registro e revelação divina.
A palavra testamento, que seria mais bem traduzida por “aliança”, é tradução das palavras hebraicas e gregas que significam “pacto” ou “acordo” celebrado entre duas partes (”aliança”). Portanto, no caso da Bíblia, temos o contrato antigo, celebrado entre Deus e Seu povo, os judeus, e o pacto novo, celebrado entre Deus e os cristãos.
É muito importante a unidade existente entre esses dois testamentos da Bíblia sob o aspecto da pessoa de Jesus Cristo, que declarou ser o tema unificador da Bíblia. Agostinho dizia que “O Novo Testamento está no Antigo Testamento ocultado, e o Antigo, no Novo revelado”.
De fato, Jesus Cristo é o tema da Bíblia, pelo que podemos resumir os 66 livros em cinco palavras referentes a Ele, assim:

1) Preparação: Todo o Antigo Testamento. Ele trata da preparação para a chegada de Jesus Cristo;


2) Manifestação: Os Evangelhos. Eles tratam da encarnação, manifestação e vida de Jesus Cristo;


3) Propagação: O Livro de Atos. Ele trata da propagação da Doutrina de Jesus Cristo;


4) Explanação: São as Epístolas. Elas dão a explanação da doutrina de Cristo;


5) Consumação: O Livro de Apocalipse. Ele trata da consumação de todas as coisas, através de Cristo.


Divisão da Bíblia


ANTIGO TESTAMENTO


O Antigo Testamento conta a história do povo de Israel. Essa história retrata a fé do povo no Deus de Israel e descreve a vida religiosa dos israelitas como povo de Deus. Os autores destes livros escreveram o que Deus fez por eles como povo e como eles deveriam adorá-lo e obedecer-lhe em resposta a seu amor. O quadro seguinte ensina graficamente como estão agrupados os livros que formam o Antigo Testamento.
A Lei ou Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio.


Históricos: Josué, Juízes, Rute, 1Samuel, 2Samuel, 1Reis, 2Reis, 1Crônicas, 2Crônicas, Esdras, Neemias, Ester.
Poéticos e de Sabedoria: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares.
Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel.
Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.



NOVO TESTAMENTO


Os livros do Novo Testamento foram escritos pelos discípulos de Jesus Cristo. Eles queriam que outros ouvissem a respeito da nova vida que é possível através da morte e ressurreição de Jesus.


O quadro que segue mostra os diferentes grupos de livros que compõem o Novo Testamento. Embora os eruditos divirjam em suas opiniões, tradicionalmente se diz que o apóstolo Paulo escreveu as cartas a ele atribuídas.
Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas, João.


Histórico: Atos dos Apóstolos.
Cartas Paulinas: Romanos, 1Coríntios, 2Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1Tessalonicenses, 2Tessalonicenses, 1Timóteo, 2Timóteo, Tito, Filemom.


Cartas Gerais: Hebreus, Tiago, 1Pedro, 2Pedro, 1João, 2João, 3João, Judas.
Profético: Apocalipse


IV. Fatos e Particularidades da Bíblia.
1. Noções de texto e contexto


Texto – são todas as palavras contidas numa passagem;


Contexto – é tudo aquilo que fica antes ou depois daquilo que estamos lendo; pode ser imediato ou remoto. Vai de uma palavra até um livro inteiro. No caso da Bíblia pode ocupar, inclusive, mais de um livro.

2. Discordância de manuscritos originais


Palavras em parênteses – enquanto as palavras adicionais aparecem na versão corrigida em itálico, na Almeida Revista e Atualizada e em outras aparecem entre parênteses ou colchetes. Não constam em alguns manuscritos e, em sua maioria, constam de manuscritos mais recentes.
3. Divisão em capítulos e versículos
A divisão em capítulos foi feita em 1250 d.C. pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão foi feita em duas etapas: o Antigo Testamento em 1445 pelo Rabi Nathan; o Novo Testamento em 1551 por Robert Stevens, um impressor de Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos em 1555, sendo esta a Vulgata Latina.


O Antigo Testamento tem 929 capítulos e 23.214 versículos, enquanto que o Novo Testamento tem 260 capítulos e 7.959 versículos. Assim, toda a Bíblia tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos.


Em alguns casos, essa divisão é prejudicial, pois tira o sentido do texto. Alguns exemplos: O capítulo 53 de Isaías deveria começar em Isaías 52.13; João 8 deveria começar em João 7.53; 2 Reis 7 deveria começar em 2 Reis 6.24; Colossenses 3 deveria terminar em Colossenses 4.1; Mateus 10 deveria começar em Mateus 9.35; Atos 5 deveria começar em atos 4.36 .
4. Manuseio do volume sagrado


Obtenha completo domínio do manuseio da Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência bíblica. Jesus fazia assim. Ver Lc 4.17. Isso aconteceu antes da invenção da Imprensa!
V. Como devemos estudar a Bíblia
A Bíblia é um livro não apenas para ser lido, mas estudado também. Ela é um livro singular, do qual maior proveito tirará aquele que melhor souber estudá-lo. Existem alguns aspectos que devem ser seguidos por todo estudante da Bíblia:
a) Leia a Bíblia consultando seu Autor. A Bíblia é o único livro cujo Autor está presente quando se lê. O Autor do livro pode explicá-lo como ninguém. O Espírito Santo, que conhece as profundezas de Deus, vai revelando o conhecimento da verdade, a medida que buscamos a Sua face e andamos mais perto dEle.
b) Leia a Bíblia procurando conhecer mais o seu Autor. O objetivo do conhecimento da Bíblia é conhecer e amar o Autor do Livro. Não basta apenas ler suas palavras e analisar detidamente suas declarações. Conhecendo o Autor, a compreensão será mais fácil e a aplicação direta. Aos pés do Mestre, ainda é o melhor lugar (Lc 10.39).
c) Leia a Bíblia diariamente. (Dt 17.19). Estima-se que 90% dos crentes não lêem a Bíblia diariamente. Sem busca intensa de Deus, por meio da leitura de Sua Palavra, Deus não nos revelará suas verdades profundas (Jo 16.12; Hb 5.12; Mc 4.33).
d) Leia a Bíblia com oração, devagar, meditando. Assim fizeram os servos de Deus no passado, a exemplo de Davi (Sl 119.12,18), Daniel (Dn 9.21-23). Na presença do Senhor, em oração, as coisas incompreensíveis são esclarecidas (Sl 73.16-17). Aplique o que você ler a si mesmo, em primeiro lugar.

e) Leia a Bíblia toda. É a única maneira de conhecermos a verdade completa dos assuntos tratados na Bíblia, pois a revelação de Deus mediante ela é progressiva.

f) Leia a Bíblia diversas vezes, repetidamente. Não há no mundo ninguém que esgote a Bíblia. Os homens de Deus no passado sempre comentaram que a liam e reliam diversas vezes, sempre aprendendo algo novo da parte de Deus. Todos somos sempre alunos (Rm 11.33-34; 1 Co 13.12; Dt 29.29) .

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